segunda-feira, 6 de abril de 2015

Boletim Dolores - Abril de 2015

Vai povo!
aperta o passo
que o trem não espera
que tempo é dinheiro
e tem gente sumindo
no suor das sentinelas
Temos que cavar procurando água nas ruas de concreto, levantar cisternas pra captar água da chuva, por vezes ácida, então é preciso deixar escoar os primeiros 10 minutos e o que restar dá pra lavar roupas, regar o calor do dia a dia, e pagar menos na conta d’água no final do mês, Temos que comprar remédios, o pão, o café, o leitinho das crianças, que já vem com soda cáustica, o arroz, o feijão, um naco de agrotóxico, uns ml’s de hormônio, umas gramas de especulação imobiliária, e o gás já acabou? De manhã acordem cedo pra trabalhar, subam na lotação, empilha mais um pouquinho que cabe todo mundo, mais dois degraus, girem a catraca até o ponto de espremer, o sangue, a insônia, a rebeldia, o xingamento, resignação, três reais e cinquenta centavos, girem outra catraca, mais um e noventa e cinco, vocês entrarão na estação Sé do metrô, no horário de pico, toquem a boiada em direção às baias, para que batam o cartão de ponto sem atraso, muita gente amontoada em todos os espaços, o sistema metroviário está obstruído, o trem está parado, caiu um objeto cotidiano, metade bicho, metade humano, perdendo o viço nos trilhos do metrô,
Cícero tá indo embora
tal qual curupira
que muda os caminhos
e guarda terra embaixo das unhas
terra ocupada
por grãos de feijão
desejos, banhos de rio e desmazelas
leva contigo
um tanto de cachaça e fumo
um beijo da mãe d’água
castanhas do Pará
andiroba
todo tipo de raiz, que cura
cipó enviesado dos açudes de malva
folhas secas, dias e noites,
pétalas frescas
que teus calcanhares
não mais trilharão
vai vento forte
vira carbono
por entre os pés de açaí
que eu por agora
fico por aqui
somando à luta, plantando teatro, precisamos construir cataventos, hortas, Ciranda pras Lucis e Raonis, gritar os protestos, fazer mutirões, no CDC Vento Leste, no Assentamento Irmã Alberta, Comuna de Guaianases e outras por aí...
E por semicerradas pestanas, há um sopro de mata atlântica nos ventos do Jardim Iguatemi, o entardecer no Arpoador, tem gente a noite toda tocando tambores pra arreuni os povos do Norte e do Sul
Acampadamente felizes
nas bordas do morro vermelho
no CDC Vento Leste
sorriem nossos filhotes
de girassol selvagem
Nica Maria

Dirce Ane


Lá pelo Dolores, seguimos nos preparativos (já bem envolvidos) com a concretização do Fomento 2015. "P.U.T.O." em processo de re-criação, ciranda se estruturando belamente, o livro de 15 anos a engordar repertório, grupos de trabalho testando os tempos e novas formas de se organizar e teatro mutirão na veia.
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Esse sábado, 11/04, acontece o Sarau Vento Leste organizado pelo Grupo Parlendas para compartilhar as histórias da cruzada cubana vivida por eles. 
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01/04
A firme e forte batucada do Dolores se somou ao Cordão da Mentira em seu Desfile&scracho de 2015. Mais informações, aqui.
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19/03
Tivemos nesse período o retorno da Gabriela Bortolozzo para apresentar sua dissertação de mestrado "Espacialidade e ativismo social na Zona Leste de São Paulo: O caso do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes". Mais informações, aqui.

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.../03
E em março (e na vida), estivemos ao lado do MST seja na Festa do Milho do Irmã Alberta, seja nas ações das mulheres nesse mês de luta. Mais informações no perfil do Dolores no Facebook. 
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Para mais informações sobre alguma atividade ou notícia desse informativo, 
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ou mande um e-mail para gente: doloresbocaaberta@gmail.com

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