quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Boletim Dolores - Dezembro de 2014



No imediatismo do dia: comer ou não comer, eis a questão.
No imediatismo do mês: pagar ou não pagar o aluguel.
Eu fico olhando pro céu: meu deus, tudo vai mal!
Mas ao olhar as estrelas, meu imediatismo é sideral.
Naiman

Aiai, no nosso trabalho chamado Casa de Dolores (2003) o personagem Clou - palhaço de teatro\ator de circo - vivia seu drama pessoal sintetizado na canção do querido Naiman, acima exposta. A precariedade da vida daquele trabalhador das artes era facilmente identificada com a vida do público presente. A aparente particularidade da ficção se espelhava numa generalidade de casos reais.

O trabalho cotidiano do Dolores continua assolado pelos imediatismos do dia, do mês... e nosso foco sideral, nossa utopia sangra e ganha sinais de tempo.

Ainda portamos a chama das transformações e o desejo revolucionário assenta-se na calma da luta histórica. Ainda convictos, ainda trabalhadores precarizados, produzindo ainda...

Em meio à avalanche de necessidades conseguimos alinhavar outra grande experiência estética. O "Rolezinho Político-Carnavalesco" - encenação ainda inédita - já engatinhando pelas ruas e espaços parceiros. Tivemos a grata oportunidade de mostrá-lo para militantes-estudantes de 17 países latino-americanos na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST, depois a alegria de dialogar com nossos amigos da Brava Companhia e o pessoal do Sacolão e agora, seguimos com nossos parceiros do Movimento de Teatro de Rua (MTR) na mostra Lino Rojas.

Mais de uma década após os dramas de Clou nossas necessidades ainda se condensam em aluguel, comida, trabalho. A temática de nossas produções estéticas ainda circundam estas questões não resolvidas e, como demonstra as relações mercantis e capitalistas, distantes de resolução.

As criações críticas fluem reanimando a luta e a espiral dos movimentos reapresentam temas. Nossa Didi voltou a produzir quadrinhos, e estes marcados pela mesma luta, embora outra, e os mesmos temas, apesar de reproduzidos todos os dias pelas forças que nos governam, oprimem e atravessam.
Luciano Carvalho

Dirce Ane
(clique nos quadrinhos para vê-los ampliados)



O ano de 2014 chega aos seus últimos dias, com suas últimas forças. 
Dia 4 de dezembro, às 18h30, na Praça do Patriarca, fazemos nossa 
última apresentação do "Rolezinho Político-Carnavalesco" 
E pra finalizar, uma leva de mutirões de organização do nosso espaço, 
algumas conversas importantes (15 anos de Dolores já tá na esquina!) 
confraternização e descanso. 
Que 2015 seja um ano de muito trabalho, alegria e luta!!
"Só a luta muda a vida!"

E o Jongo dos Guaianás segue com suas rodas na Comuna Dolores Guaianases. 
Para acompanhar as atividades, siga o perfil do Jongo dxs Guaianás no facebook.

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Boletim Dolores - Novembro de 2014


Passado mais um Outubro bordeaux, lembremos do Nov... embro

“(…) sobra sebastião
catando guimbas açucaradas
meninos cola-tocadores
de pífanos e cachimbos
engraxando cães-noturnos-policiais

enquanto isso
madames-ONG negociam melaninas

na avenida
Santo-Coração”

Das indisposições no posicionamento dos braços, direitos e esquerdos, esqueletos debruçados sobre os ombros dos outros em trens lotados, em latas de tinta vazia, e uma vasilha onde se lava uma caneca de arroz pra dez bocas, uma cortina de fumaça ainda por desfazer, existe - Entre o vai-vem da Cidade em riste (non ducor, duco), assimetrias nos olhos rescém-azul-adolescidos dos nuulistas, em dia-a-dia com a academia e o pilates - “Lavo minhas mãos!” - e de tanto tontear pelas beiradas dos agrotóxicos e dos pesticidadanias, nossos corpos enfeitados de Oxi, tattoos, blue-jeans,  fésti-fudis, greek barbecue, johnsons e johnsons, e hippie-rópi e samba roots, a alternativa nos impõe que não façamos de conta - De cá pra lá, gastaremos as solas do sapato até atingir o Zênite de Nov...embro, quando lembro de Junho, e que as folhas do calendário não renascem junto aos ramos da Primavera, e só secam, e sossegam as gargantas sem água, até que se inflamem novamente, mentes e corações, decididamente, e prestes a tomar com o corpo a própria História...

...porque daqui em diante o Carnaval continuará, pra além de Fevereiro, nos lambendo e saturnando nosso próprio samba-enredo: “Fogo nos Palácios, Paz às Periferias!”
Tiago Mine



Nesse mês começamos a circulação de final de ano de nosso "Rolezinho Político-Carnavalesco", experimento cênico-batuqueiro do grupo. Nosso ensaio aberto acontece em espaço privilegiado, na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST no dia 7 de novembro. Em seguida temos mais duas apresentações agendadas: no dia 22 de novembro, nos apresentaremos na sede da Brava Companhia, no Sacolão das Artes na ZS de São Paulo, e no dia 4 de dezembro às 18h, na Praça do Patriarca pela Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.

E o Jongo dos Guaianás segue com suas rodas na Comuna Dolores Guaianases. Para acompanhar as atividades, siga o perfil do Jongo dxs Guaianás no facebook.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Boletim Dolores - Outubro de 2014


Nas avaliações percebemos o quão interessante foram as pesquisas que realizamos com a divisão do Dolores nos núcleos, mas o futuro nos pede trabalhos em conjunto com todos os “dolorianos”, e nós resolvemos aceitar esse pedido.
Foi nesse mês também que passamos susto. Tivemos a “visita” de uma fiscal da prefeitura que nos ameaçou de despejo, dizendo que não tinha conhecimento do que estava acontecendo no CDC. Estranho foi o fato de que só agora tenha percebido a movimentação, depois de mais de 10 anos que desenvolvemos atividades no
espaço. Como resposta, juntamos materiais destas atividades e nos organizamos com os demais coletivos ocupantes do CDC Vento Leste para uma reunião na Subprefeitura da Penha. Após a surpresa pelo número de atividades que os grupos desenvolvem, tivemos como resultado o comprometimento do subprefeito em nos ajudar na regularização do espaço e na intermediação com a Secretaria de Esportes.
Por fim, a busca constante para viabilizar nossa luta político-artística, nos fez parar para produzir coletivamente novos projetos. Fomos por alguns caminhos que o Dolores pouco trilhou, de procurarmos nos desafiar para outros cantos do Brasil, para outros cantos fora do CDC.
Queremos mesmo é trocar experiências, fazer novas parcerias e nos enriquecer com novas histórias… esperamos que isso nos paute para novas e futuras atividades.
Maria Aparecida

Acontecendo...


No mês de setembro, retomamos os ensaios do nosso "Rolezinho Político-Carnavalesco", debatendo e pensando seu formato final para as apresentações que teremos no final do ano. Batucar, ensaiar e debater nos faz muito bem!
E o Jongo dos Guaianás segue com suas rodas na Comuna Dolores Guaianases.

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Novos vídeos do Dolores no ar:

Sobre o espetáculo do "P.U.T.O." e sobre o "Rolezinho Político-Carnavalesco"
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Boletim Dolores - Setembro de 2014

Informativo Mensal
Coletivo Dolores Boca Aberta
Nº 11 - Setembro de 2014

 

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"Aquele Abraço"
Diário a bordo do busão: carrega o ônibus. Pegaram os equipamentos, instrumentos?! Novos amigos... Não esquece as papinhas! Quem falta? Pegamos tudo? Simbora. E com o pé e os pneus na estrada, já pode pega o violão e... faz o passadão! Sampa vai ficando para trás, Riode Janeiro, Linha Vermelha, o dia todo passa... Pôr do sol.
Primeira parada (“oficial”) acontece em Manguinhos, com a querida Marcela Pronko, que nos recebeu com os alunos da FioCruz. Entre uma poesia e outra cantoria, pudemos desenrolar um bate papo sobre teatro mutirão, militância, ocupação artística e sobre os perrengues cotidianos que todos nós, trabalhadoras e trabalhadores, enfrentamos.
Noitinha caindo, hora de esticar o esqueleto, o céu parece ter fogos de artifício, mas o clima tá tenso... Segue pra outra direção. Dona Nazaré tem um cantinho... Sabadão cedinho hora de subir o morro e receber uma acolhida com almoço delícia, vista panorâmica incrível, e carinho com o pessoal do Teatro de Operações.

Depois da intervenção, com fragmentos da Trilogia da Necessidade, seguimos a noite de sábado com um debate que recebeu grupos e parceiros convidados a participar do festival, circulando a conversa sobre o que bem sabemos... fazer coletivo, arte-periferia-resistência.
A noite se encerra com um sarau à carioca, ocupado pelos paulistas um tanto descompassados, com funk no salão e violão na fogueira!
Domingo livre, uns vão a praia, outros pro piscinão. Na nossa primeira “turnê” fora do estado deu tempo até praum cafezinho com Marildo Menegat!
"...Meu caminho pelo mundo..."
Glória Orlando

Acontecendo...


Nos dias 15 e 16 de agosto, estivemos no Rio de Janeiro fazendo apresentações com parceiros importantes. Veja mais aqui...
Teve mais uma roda de jongo "vitaminada" na Comuna Dolores Guaianases.

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Outra reflexão sobre dimensões do nosso trabalho:
"Sobre nossos filhos e sobre o 'trabalhador-artista'"
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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Novos vídeos: "P.U.T.O." e "Rolezinho Político-Carnavalesco"

Está no ar dois novos vídeos sobre dois dos mais recentes trabalhos do Dolores.

O primeiro deles diz respeito a circulação do "Rolezinho Político-Carnavalesco" e de muitas ações da nossa batucada no último ano.



O segundo é do "P.U.T.O.", produção do Núcleo de Poesia, Erotismo e Periferia do Dolores. A edição mostra um pouco do espetáculo que entrará em cartaz em breve no CDC Vento Leste.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Sobre nossos filhos e sobre o "trabalhador-artista"



Dentro do guarda-chuva de reflexões que circunda o conceito de “trabalhador-artista”, uma questão sobre a qual temos nos debruçado (mais pela necessidade que pela livre vontade) é a de como lidar com a criançada, nossos filhos recém-chegados. A primeira leva de filhos vêm com Didi e Yago, já crescidos e, sem dúvida, os originais filhos de dolores. Educados ali, crescidos e tornados integrantes criativos do coletivo.

Um pouco mais adiante, mais de uma década depois, temos essa grande prole, cerca de 10 crianças, todas nascidas no período de 4-5 anos. Dentro da necessidade de lidar (e de “bem lidar”) com isso incluem-se vários fatores: primeiro, para muitos de nós não é questão de escolha levar ou não os filhos aos ensaios e dia-a-dia do Dolores. É única possibilidade. Segundo, as “gravidezes” e ausências de início de maternidade (de direito, merecidas e que devem ser tranquilas e na medida da vontade) intervêm nos processos de forma determinante. Terceiro, para possibilitar que quem exerce a maternidade e paternidade possa também criar e refletir sobre nosso mundo artisticamente. Entre tantos outros fatores...

Enfim, como lidar? Como oferecer condições para pais e mães criarem? Ao mesmo tempo, como construir espaço e tempo criativo para as crianças estarem e crescerem da maneira como acreditamos ser bom para elas? Aí então explico por que isso se insere no bojo da discussão do “trabalhador-artista”: a ideia dessa pessoa que não tem dupla função, que é um, permeado em suas duas dimensões, e que, afora as imensas dificuldades, permite e busca a intromissão no artista do mundo do trabalho e do trabalho pelo olho do artista. Que situação mais inevitável e objetivamente posta do que a de ter filhos, e do tempo deles imperarem independente da nossa vontade. Eles simplesmente estão. E isso nos chama, mesmo nos momentos de criação, sempre para a “vida” que em algumas concepções teatrais deve ser deixada do lado de fora da sala de ensaio, junto com o chapéu ou os calçados. Eles não nos deixam afundar na dimensão do artista, desta aura de genialidade e criação quase divina. Aí talvez consigamos transformar essa dificuldade, essa contingência em potência. Mesmo assumindo que isso ainda tem seus vais-e-vens. Avança e retrocede no nosso trabalho...

Neste processo de criação da Trilogia da Necessidade, nasceram João, Lucy, Raoni, Eliseu e Cecília. Neste processo, mães fizeram cenas com criança no peito, diretores dirigiram botando guri pra dormir, o ensaio parou para acalentar, aquecemos em teatro-mutirão dialogando com um pequeno que começa a engatinhar, alguém aguentou os choros enquanto outro alguém tinha de entrar em cena, nenês experimentaram o leite de diferentes peitos, etc. Todos, sem exceção, honraram a frase “quem não dança, segura a criança”.

Ir aprendendo a medida de quanto eles devem participar dos espaços dos adultos, ouvir as conversas, compreender os momentos de silêncio e concentração, ir se familiarizando com o espaço e funcionamento do coletivo e, ao mesmo tempo, da gente entender o quanto eles precisam de outro tipo de ambiente, de brincar tão corporalmente como fazem, de falar alto, de brigar e resolver, de “causar como causam”.

Temos refletido, especialmente nesse nosso último Waguininho, sobre isso. Nós, naquele momento em 16 adultos e 7 crianças, conversando sobre o aparente caos infantil e, ao mesmo tempo, contentes com poder existir, se organizar e criar dessa forma. Essa permeabilidade (e desculpe a insistência nesta palavra) da vida, da militância no nosso trabalho, no processo criativo desse coletivo. Isso nos provoca muitos atrasos, desorganizações, rupturas no trabalho, ensaios diminuídos, mas estando tão inevitavelmente intrincado e presente na vida, nos possibilita uma criação muito potente. Não se trata de reflexão teórica sobre “O Trabalhador”, já está na carne, nas horas do dia, e vaza na criação, aparece menos estanque, menos conceitual, e quiçá mais profundo e crítico.

MST

Não podemos deixar de colocar a experiência do MST e a nossa vivência na Escola Nacional Florestan Fernandes da qual nos apropriamos do debate já bastante desdobrado para pautar nossa organização. A ciranda infantil que busca uma pedagogia que coincida com os anseios do movimento, da busca pelo socialismo; a discussão sobre a educação que precisamos para a luta que devemos travar, para o mundo que iremos construir; e a ciranda como possibilidade de pais e mães estudarem e participarem das ações, entre tantas outras reflexões que vale a pena conhecer. Nos reconhecemos na mesma busca de trazer e familiarizar as crianças para a luta, e de cuidar e acolhe-las nas suas necessidades.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Boletim Dolores - Agosto de 2014




Informativo Mensal

Coletivo Dolores Boca Aberta

Nº 10 - Agosto de 2014

 

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“Eu não sou trabalhador-artista por desempenhar duas funções na vida social,

mas por uma opção política do modo de produzir o meu teatro.

Não é a falta de opção material, essa que nos obriga a desempenhar

mais do que uma função-profissão na sociedade que nos determina como

trabalhadores-artistas, mas é o caráter militante e transformador

da minha atuação no mundo que é estética e é política.”
Reflexão doloriana em pleno Waguininho

Aconteceu em julho...

16/07 - Aconteceu a intervenção cênica com a Cia Teatro Documentário. 19/07 - A festa julina do CDC Vento Leste foi um sucesso. Comida, quadrilha e muitas apresentações culturais. 25, 26 e 27/07 - Fizemos o Waguininho, nossa imersão de reflexão de fim de projeto de Fomento.

e acontece em agosto.

15 e 16/08 - O Dolores viaja para o Rio de Janeiro e faz apresentações em Manguinhos e no Complexo do Alemão. Saiba mais... 24/08 - Nesse domingo acontece a deliciosa Roda de Jongo na Comuna Dolores Guaianazes. Seguimos na produção de editais e na busca constante de viabilizar a continuidade de nossa luta!
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Jongo na Comuna Dolores Guaianazes em agosto


Alimentando parcerias cariocas

Neste final de semana, nos dias 15 e 16 de agosto, o Coletivo Dolores fez sua longa jornada em direção ao Rio de Janeiro para cumprir uma agenda com parceiros importantes.

Na 6ª feira, o Coletivo fez uma apresentação seguida de um bate-papo com os alunos da Educação de Jovens e Adultos e com outros educandos da FioCruz a partir de um contato feito com a Profª Marcela Pronko, "parceira de outros carnavais contra-hegemônicos";


No sábado, no Complexo do Alemão, participamos dos Cultivos Culturais na Monstra 10 anos Teatro da Laje, também parceiros de outras datas.

Veja o vídeo do resumo de nossa passagem e da entrega das três esculturas que selaram nossos bons encontros.



Foi um prazer alçar novos vôos (mesmo que a custo de muita rua, estrada e ruela dentro de um busão) e conversar com tanta gente em movimento e na busca de construir coerência e trajetória conjunta!

Tamujuntu!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A morte de Luana não foi um acidente. O policial atirou consciente do que estava fazendo.

O Coletivo Dolores se solidariza com a família e se compromete com a luta e a pressão dos parceiros.

A vida da Luana Barbosa foi tirada de forma banal. Era um dia de festa para os artistas da Federação e para o público que ali frequenta. Luana era uma das principais responsáveis pelo evento que aconteceria naquela noite, 27 de junho. Planejava esse momento desde novembro do ano passado. Estávamos nos reunindo desde as 7h30 da manhã, recepcionando os artistas que iriam se apresentar na festa. Lua saiu para buscar o responsável pelo espetáculo que seria apresentado e no caminho da sua casa foi assassinada, vítima da ação violenta de um policial que atirou contra ela em uma blitz de trânsito.


O que justifica tanta violência, tanta brutalidade? Como é possível um policial utilizar uma arma para atirar diante de uma situação tão banal, quando a vida de ninguém estava sendo ameaçada?


Esse é o tamanho da nossa indignação, que se junta à indignação de tantas outras famílias e amigos de pessoas que foram vitimas de ações violentas - e inaceitáveis! - como esta que levou a vida da nossa querida Lua.


Nosso grito é contra este e tantos outros casos onde a injustiça tende a imperar. Gritamos.


Queremos que a memória de Luana Barbosa seja preservada na verdade dos fatos. Queremos uma investigação séria e não versões fantasiosas de acidente. Queremos que o policial que atirou e a Polícia Militar do Estado de São Paulo assumam suas responsabilidades. Queremos justiça!


Assinamos nós, amigos da Federação Prudentina de Teatro e Artes Integradas, pai, mãe e familiares de Luana Barbosa.


www.rosadosventos.art.br
circoteatrorosadosventos@yahoo.com.br
g.rosadosventos@yahoo.com.br
18 99742 59 94
18 98105 79 73

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Boletim Dolores - julho de 2014




O mês de junho foi o último mês das atividades do Projeto de Fomento, edição de 2013, do Dolores. As últimas, e talvez mais importantes, ações foram realizadas nesse período. A concretização de "toda uma dedicação".

Fizemos uma mostra de processo da nossa "Trilogia da Necessidade" com os 3 espetáculos: "O direito à preguiça", "P.U.T.O." e "Narrativas na cozinha". Ao final dos espetáculos, cada um apresentado duas vezes, houve uma troca com o público. As conversas foram bastante diversas e muito ricas por alguns motivos que relato a seguir. Primeiro por conta do público composto não só por amigos e parceiros, mas pelos espectadores espontâneos angariados pela ação continuada do CDC Vento Leste. Em segundo lugar, por que essas conversas apresentaram a relevância do debate que estamos fazendo com essa trilogia. A discussão cutucou muita gente que trouxe reflexões da própria vida e das relações que escolhe ou é obrigado a tecer com o mundo do trabalho. Do meu ponto de vista, a frase que fica mais forte é a célebre "Só a luta muda a vida" e a preocupação, ao mesmo tempo que certeza, da importância dessa dimensão vazar de nossas críticas e angústias em forma de criação cênica.

Contradições apontadas, reflexões vivas e pungentes de gente que trabalha e cria e que permite e busca a permeabilidade de todas essas dimensões - e não é esse o objetivo e ao mesmo tempo a potência do nosso experimento em Teatro Mutirão?! Com a preocupação não de apontar caminhos, no sentido mais objetivo dessa ideia, mas de colocar a contradição e o movimento das forças. Nada está dado, tudo está em construção, forças em disputa e vácuos para serem ocupados.

O mês que tem essa cara de fechamento de processo, também se encerra com a produção do novo projeto do Dolores para concorrer a edição de meio de ano do Fomento 2014. Afora a certeza de que o fomento não abarca todos os coletivos de pesquisa continuada e todos os processos com pertinência política, dedos cruzados para a possibilidade de dar continuidade aos nossos trabalhos. Especialmente na circulação dos espetáculos, quase tinindo, da Trilogia da Necessidade, na continuidade e aprofundamento da gestão coletiva do CDC Vento Leste e na nossa batucada, da qual já estamos com saudade e que mostrou nossa cara e deu nossa mão em tanta luta e ação nesse período que passou. Sim, o Dolores tem pé e mão em tudo quanto é canto, em tudo quanto é vontade: no teatro, na poesia, na música, na batucada; na militância, na reflexão de ordem política; nos movimentos sociais, nas festas, nas lutas, nos caldos e nos debates.

Ah, mas em julho... vamos reduzir os motores e, quiçá, inspiradas em nossa Lucy, descansar um pouco!

[Em tempo, fica a denúncia sobre o despejo ilegal feito pela Prefeitura de Itapevi do acampamento Pd. João Carlos Pacchin do MST na madrugada do dia 3 de julho. Compartilhem!]]

(pensando sobre essa coisa de autoria digo:) Reflexão doloriana sintetizada por Mariana Moura

Aconteceu em junho...

13 e 20/06 - Apresentação do espetáculo "O direito à preguiça" no CDC Vento Leste. Saiba mais e veja as fotos
13 e 20/06 - Apresentação do espetáculo "P.U.T.O." no CDC Vento Leste. Saiba mais e veja as fotos.
15 e 22/06 - Apresentação do espetáculo "Narrativas na cozinha" no CDC Vento Leste. Saiba mais e veja as fotos.

e acontece em julho.

O mês de julho é mês de arrumação da casa.
Organizar o armazenamento dos conteiners, o acervo de figurinos, materiais de papelaria e de armarinho, arrumar a cozinha, as salas, fazer aquela faxina.
Momento de cuidar e preparar o terreno para o que vem pela frente.
Ah! E tempo de descansar também...
19/07 - Acontece a Festa Junina do CDC Vento Leste. Comidinhas, brincadeiras, quadrilha, gorózinho. Em breve no nosso blog.
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Projeto Trama do Morro Vermelho do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes

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URGENTE - Despejo de acampamento do MST em Itapevi - SP

Nesta madrugada, dia 03 de Julho de 2014, por volta das 5h30, a Guarda Municipal de Itapevi entrou no acampamento Pd. João Carlos Pacchin no município de Itapevi (Grande São Paulo) e retirou brutalmente as famílias acampadas desde o dia 28 de Junho. As casas foram destruídas e a Guarda colocou fogo nos materiais dos moradores. Dali, com 2 tratores e 4 caçambas, se livrou dos restos das moradias. Todo esse aparato policial foi utilizado para promover a destruição mas nada para oferecer amparo, moradia ou transporte para as famílias as quais não foi permitido nenhum tempo para saída – mal puderam pegar seus documentos básicos.

A Guarda Municipal de Itapevi não possuía nenhum documento ou algum pedido legal para tal ação. A área pertence a COHAB do município de São Paulo e um processo de negociação estava em andamento.

Os moradores se deslocaram para a praça na frente da ocupação onde fizeram comida para as famílias e uma plenária para avaliar a situação e pensar os próximos passos.

Repudiamos a ação da prefeitura de Itapevi, o desrespeito violento aos direitos humanos básicos e exigimos uma imediata resposta às famílias que foram despejadas na rua sem nenhuma possibilidade de negociação.

Àqueles que puderem prestar solidariedade chamamos para fazer uma vigília na noite de hoje. Além disso pedimos a todos que compartilhem essas informações e nos ajudem enviando e-mails de apoio às famílias e de repúdio à ação do prefeito Jaci Tadeu da Silva.

Prefeito de Itapevi - Jaci Tadeu da Silva
email: gabinete.prefeito@itapevi.sp.gov.br
Telefone: 11 441437609

Precisamos de todo apoio!
Entrar em contato:

Pedro - 98117 6745
Luciano - 98742 3775
Michel - 9 8706 3371
Patricia - 98163 9616

domingo, 15 de junho de 2014

3º dia da Mostra de Processo do Dolores - Hoje: "Narrativas da cozinha", às 20hs

Começou nesta 6ª feira, 13 de junho, a Mostra de Processo "Trilogia da Necessidade" do Coletivo Dolores. A Mostra foi assim nomeada pela temática comum nos trabalhos dos núcleos de pesquisa teatral: o sexo (Núcleo Erotismo e Periferia), a alimentação (Núcleo Narrativas da Cozinha) e o descanso (Núcleo Direito à Preguiça) irão compor em conjunto uma reflexão teatral sobre como são gerenciadas – ideológica, econômica e socialmente – as necessidades básicas dos trabalhadores e onde estão seus espaços e tempos de resistência à dinâmica da sociedade orientada para o trabalho abstrato, para a produção de serviços-mercadoria e produtos-mercadoria padronizados e anônimos.

(foto de ensaio)

Hoje, às 20hs, será compartilhado o espetáculo "Narrativas da Cozinha". Modo de fazer: misture aí um punhado de causos na beira do fogão, mais um bocadinho de música, uma boa pitada de olhar crítico e desconfiado, duas partes gordas de sabor e prazer. Agora aquele toque – quase o segredo da receita, de
poesia, pra arrebatar qualquer paladar. Ô delícia! Depois de muito experimentar com receita da vó, da tia, da mãe, do pai, regional, inventada e etc. , estamos acertando a mão na massa. É trança doce, frango assado, costela apimentada, pão de máquina, rabada, cuscuz, doce de leite na panela de pressão, café
orgânico (de família tradicional mineira) com bolos e frutas, a canjica da minha terra.

Mas também é de passar mal o debate sobre a manipulação econômica e o comportamento alienado de consumo, vício e desperdício com relação aos alimentos. Estamos comendo mal! E como falar disso numa janta, mesa posta, sem tirar a alegria e o prazer daquele momento? A pesquisa segue. Mantém firme a textura narrativa e poética. Hummmm!!! O cheiro tá bom demais! E brota criatividade. Mistura humor, programas de culinária, vídeo, prosa na rua. Reforma esta cozinha que o povo tá chegando!!! É balcão que vira mesa, um fogão de lenha que a gente não para de sonhar, lava tudo e até o teto se precisar. E a gente vai lembrando de tanta coisa que não caberia num só cardápio. Agora é no corpo. Como dizer aquilo tão bonito, simples como veio? O que vem depois pra quebrar? Que vinho acompanha esta cena? Ih! Tá ficando chique demais! E num era pra ser popular, brejeiro, nosso? Bora misturar que fica bom. E agora, como a gente faz? Tudo isso é processo. Constrói a estética, define o conteúdo e dá o sabor que a gente quer servir e sorver.

Tá bem gostoso este experimento, este espetáculo... Tira a mão daí que não tá pronto menina! Tá quase. Estamos pondo a mesa, a gente já te chama, com prazer.

Elenco: Fernando Couto, Letícia Carvalho, Maria Aparecida, Nica Maria, Tati Matos e Tita Reis.
Colaboração de Márcio Lacerda.

(foto do ensaio)

A ideia da mostra é compartilhar os espetáculos, ainda imersos em seus processos de criação, e promover conversas com os convidados que possam, assim, dar elementos que colaborarem na fase de finalização dos espetáculos para circulação.

Estão todos convidados! Será no nosso espaço: CDC Vento Leste - Rua Frederico Brotero, 60 - Jd. Triana - Próximo ao metrô Patriarca

E a mostra segue nos próximos dias... fique atento ao blog!

sábado, 14 de junho de 2014

2º dia da Mostra de Processo do Dolores - Hoje: "P.U.T.O.", às 21h

Começou ontem, 13 de junho, a Mostra de Processo "Trilogia da Necessidade" do Coletivo Dolores. A Mostra foi assim nomeada pela temática comum nos trabalhos dos núcleos de pesquisa teatral: o sexo (Núcleo Erotismo e Periferia), a alimentação (Núcleo Narrativas da Cozinha) e o descanso (Núcleo Direito à Preguiça) irão compor em conjunto uma reflexão teatral sobre como são gerenciadas – ideológica, econômica e socialmente – as necessidades básicas dos trabalhadores e onde estão seus espaços e tempos de resistência à dinâmica da sociedade orientada para o trabalho abstrato, para a produção de serviços-mercadoria e produtos-mercadoria padronizados e anônimos.

Foto dos ensaios

Poesia erótica é muito mais que louvar as coxas do ser amado - embora isto também seja fundamental
Porque erotismo é muito mais que um jogo sexual
Eros quer a união, o encontro
 Uma revolta popular é o momento mais erótico de todos 
(Trecho do Manifesto Poesia e Erotismo escrito por Danilo Monteiro)

Hoje, às 21h, é a vez de compartilharmos o espetáculo "P.U.T.O.". No bairro Cidade Patriarca, onde está localizada a sede do grupo Dolores Boca Aberta, funcionou durante muitos anos uma sauna gay, em um sobrado discreto na Avenida Alterosas. No dia 22 de fevereiro de 2007, após uma denúncia anônima de um vizinho de que ali se prostituíam menores de idade, a polícia militar invadiu o local, junto com a imprensa. A foto com os clientes e “michês” encostados à parede, todos trajando toalhas brancas, foi estampada em diversos jornais e na internet, no dia seguinte. Nenhum menor foi encontrado. Inspirados por este fato real, abordaremos a relação entre a sauna e seus vizinhos, os clientes e os rapazes que ali se prostituíam, os funcionários e o dono do local. Com este foco, pretendemos explorar, para além dos aspectos morais envolvidos, as relações de compra e venda (ou de aluguel…) de corpos, de mentes, do tempo das pessoas, de suas vidas. Por isso, o caso particular e aparentemente escandaloso da sauna nos servirá para abordar o tema geral da alienação do trabalho.

Em contraponto ao ambiente da Sauna, há o Coletivo PUTO, que reúne garotos de periferia para fazer algo que não se espera deles: explorar a relação erótica com a poesia; não apenas a poesia erótica, mas sim a que revela possibilidades insuspeitadas de pensar a si no mundo, as relações entre as pessoas, com o sonho e com a natureza. Poesia como uma tentativa de desalienação de si, da humanidade, da natureza. Poesia como resistência, poesia como combate.

O cruzamento entre o ambiente da Sauna e o do Coletivo revela os contrastes entre relações eróticas no sentido sexual-comercial, na primeira, e relações eróticas em sentido ampliado, no segundo; contrastes entre consumo e compartilhamento; mas também revela que a necessidade de poesia está em ambos os lados.

Elenco: Danilo Monteiro, Erika Vianna, Luciano Carvalho, Mariana Moura e Tiago Mine

Foto do ensaio

A ideia da mostra é compartilhar os espetáculos, ainda imersos em seus processos de criação, e promover conversas com os convidados que possam, assim, dar elementos que colaborarem na fase de finalização dos espetáculos para circulação.

Estão todos convidados! Será no nosso espaço: CDC Vento Leste - Rua Frederico Brotero, 60 - Jd. Triana - Próximo ao metrô Patriarca

E a mostra segue nos próximos dias... fique atento ao blog!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mostra de Processo - "O direito à preguiça", hoje às 21hs

Começa hoje, 6ª feira, 13 de junho, a Mostra de Processo "Trilogia da Necessidade". A Mostra foi assim nomeada pela temática comum nos trabalhos dos núcleos de pesquisa teatral: o sexo (Núcleo Erotismo e Periferia), a alimentação (Núcleo Narrativas da Cozinha) e o descanso (Núcleo Direito à Preguiça) irão compor em conjunto uma reflexão teatral sobre como são gerenciadas – ideológica, econômica e socialmente – as necessidades básicas dos trabalhadores e onde estão seus espaços e tempos de resistência à dinâmica da sociedade orientada para o trabalho abstrato, para a produção de serviços-mercadoria e produtos-mercadoria padronizados e anônimos.

(fotos dos ensaios)

Santa Preguiça
(Letra da canção composta por Eugenio Vojkovik para o espetáculo)
Estrela que cai do céu
Mãe de nosso descanso 
Santa Padroeira dos vagabundos
Senhora Preguiça Amém
Trazendo pra terra o céu
Negando inferno e trabalho
Santa Padroeira libertai-me
Senhora Preguiça Amém
Se eu cheguei para viver
O patrão vou ignorar
Minha terra é liberdade sem sofrer
Santa Preguiça amarei

Hoje, às 21hs, será compartilhado o espetáculo "O direito à preguiça". O experimento parte do panfleto de mesmo nome produzido por Paul Lafargue em 1880 que denuncia os efeitos do trabalho excessivo no sistema de produção capitalista, a “santificação” ideológica do trabalho e a precariedade do tempo livre do trabalhador. A partir das provocações de Lafargue, este núcleo pesquisa a atualidade do tema, a história da relação do homem com o trabalho e o imaginário do paraíso perdido.

Elenco: Cristiano Carvalho, Cris Assunção, Dirce Ane, Marina Morena, Tatiana Matos e Tita Reis.

A ideia da mostra é compartilhar os espetáculos, ainda imersos em seus processos de criação, e promover conversas com os convidados que possam, assim, dar elementos que colaborarem na fase de finalização dos espetáculos para circulação.

Estão todos convidados! Será no nosso espaço: CDC Vento Leste - Rua Frederico Brotero, 60 - Jd. Triana - Próximo ao metrô Patriarca

E a mostra segue nos próximos dias... fique atento ao blog!

(fotos dos ensaios)

terça-feira, 3 de junho de 2014

Boletim Dolores - Junho de 2014




Informativo Mensal

Coletivo Dolores Boca Aberta

Nº 8 - Junho de 2014

 

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Sobre a construção coletiva
Dia 8 de maio nasceu Cecília, mas antes vieram Eliseu, Lucy, Raoni, João, João, Malu, Iago, Murilo, Carmen, Violeta, Gustavo, Yago e Didi. Gerações de filhos no Dolores. Alguns já fazem parte como integrantes e produtores no coletivo, assim como trabalhadores no mundo. Outros são nossa ciranda, o lugar onde voam nossos pensamentos na tentativa de realizar uma práxis que permita aos companheiros dolorianos continuarem suas práticas artísticas e militantes agregando seus filhos no processo.
Lugar difícil mas essencial quando pensamos numa prática de trabalho que vai além da relação patrão e empregado. Um lugar que permita possibilidade de criação e pensamento de si próprio e do mundo. Este lugar está em construção permanente assim como o próprio coletivo. Com alicerces e bases firmes, mas possibilitando a mobilidade e criação no corpo das contradições.
Por isso venho celebrar não só o nascimento de minha segunda filha, ou nascimento de todos os outros filhos e filhas. Mas celebrar este coletivo que é um espaço de pensar, e construir a vida ao lado de companheiros e companheiras. Que cada qual tem sua especificidade na mesmice cotidiana e que cabem todas elas uma ao lado da outra. Companheiros e companheiras caminhando ombro a ombro na difícil construção de um coletivo, de uma organização, que tem como princípio contribuir na construção de uma outra sociedade e, por isso, agregando trabalhadores à árdua tarefa de produzir arte, pensamento e luta numa estética da classe a qual pertence.
Em meados de junho, comemoramos outros nascimentos. Trazemos a público três recém-nascidos. É a Mostra de Processo "Trilogia da Necessidade" resultado dos núcleos de pesquisa do Dolores (mais informações abaixo).
Portanto, este é um informe festivo, em meios aos processos de luta e contradição que se apresentam logo a frente: manifestações por moradia, terra, melhoria na educação, transporte, saúde, etc. virão aproveitando os holofotes da realização dos mega-eventos. Que venha a copa e que consigamos aproveitar das grandes contradições evidenciadas nestes eventos como elementos para expor a crueldade que é alicerce da sociedade capitalista a qual a organização deste evento e todos os seus patrocinadores esta baseada – lançando nossos olhos para as grandes empresas que compõem a roda de injustiças e geração de miséria em busca de lucros e privilégios.
Que criemos nossos filhos em luta, beleza, brincadeira, carinho e que isto seja já a construção de outro homem e de outra mulher.
"Não basta ser livre

É preciso construir o homem novo

O mundo novo

Onde a liberdade já não seja discutida

E por ser de todos nunca mais seja perdida”

(Bertold Brecht/ Pedro Osório)


Xandi Gonça

Aconteceu em maio...

08/05 - O Dolores se juntou a Jornada de Lutas do MST na Marcha que culminou na ocupação da empresa Odebrecht. Saiba mais... 17 e 18/05 - O Dolores se apresentou no Sesc Pompéia pela Virada Cultural com a intervenção "Rolêzinho Antropofágico". Veja matéria no nosso blog. Final de maio - Foi ao ar na TVT uma matéria sobre a Lei Municipal de Fomento à Cultura nas Periferias. Veja a matéria.

e acontece em junho.

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Projeto Trama do Morro Vermelho do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes

CDC Vento Leste – Rua Frederico Brotero, 60 – Cidade Patriarca
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