quinta-feira, 19 de março de 2015

Hoje no CDC: Dissertação de Mestrado sobre o Coletivo Dolores

Hoje (19) o Dolores recebe no CDC a camarada Gabriela Bortolozzo, que fará a apresentação da sua Dissertação de Mestrado sobre o Coletivo.

Quem quiser, esteja à vontade para aparecer e convide também outros interessados. Começaremos às 19h e seguimos algum tempo num bate-papo. Vamos juntos!!


RESUMO

Espacialidade e ativismo social na Zona Leste de São Paulo: O caso do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes.

O Coletivo Dolores, neste trabalho, não foi apenas um objeto de estudo, mas um exemplo de agentes de resistência no processo do uso do território nas periferias brasileiras. Por meio de suas ações, foi possível mapear e identificar elementos de resistência e de luta, possibilitando a criação de locais não hegemônicos, ao passo que reorganiza os espaços que ocupa.

Suas ações, estas sim, objetos de estudo desse trabalho, nos revelam a importância do coletivo, já que também se apresentam como oposição ao processo de exclusão sócioespacial das cidades e a imposição da alienação do território.  Ao passo que tais efetivações se dão numa construção constante de organizações horizontais e solidárias, da desalienação do trabalho, da democratização da arte, das apropriações do espaço e de diversas outras realizações, o Dolores se encarrega por nos encher de “espaços de esperanças”, que, segundo Harvey (2000), seria o sentimento político coletivo de transformação do mundo através da consciência, da utopia e da efetivação responsável da democracia.

É sobre esta inspiração, de desejo de (re)construção e transformação da sociedade e seu espaço, que decorre esta dissertação de Geografia... Ao mesmo tempo em que tenta costurar conceitos, pensamentos e debates em torno de questões políticas econômicas e sociais que percolam entre os trabalhos dolorianos e tal ciência.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Projeto de Fomento 2015 - "Dolores 15 anos: Trilogia da Necessidade"



O resultado da 26ª Edição Fomento ao Teatro saiu antes do imaginado, comecinho de março. Estamos felizes por poder colocar em prática, com condições objetivas, nosso projeto de 15 anos de Dolores. O projeto inclui diversas ações como a estreia de 3 espetáculos - resultado dos núcleos de pesquisa e da última edição do fomento no qual fomos contemplados, o III Festival de Teatro Mutirão - reunindo saraus importantes da cidade de São Paulo e a colocação de tótens-placa com poesias pelo espaço do CDC Vento Leste, o lançamento do nosso livro poético-político de 15 anos, formações para o próximo projeto, oficinas para a comunidade, entre outras.

Estamos felizes e animados já retomando cronograma, funções, vontades, anseios e colocando em confronto e em relação com o mundão feroz que nos circunda.

Disponibilizamos aqui o PDF do nosso projeto para partilhar com os parceiros e interessados em conhecer e chegar junto do nosso trabalho.

Para baixar, clique aqui. Ah, o PDF é navegável (é só clicar nos itens do índice para passear por ele)!!!

É tempo de comemorar! Que venham outros 15 anos!!!

domingo, 1 de março de 2015

Boletim Dolores - Março de 2015



Subir lomas
hermana hombres.
               José Martí

Mais de 10 dias cavando montanhas, escalando povoados, mirando a altura das palmeiras reais e florestas orientais da ilha.
O último lomo rochoso, antes do horizonte rasgado do mar, guardava nos peitos tênue sensação de um mundo decifrado, mas, ao dobrar o topo da última montanha e espelhar todo mar azul em céu do caribe lambendo a savana dourada: os peitos explodiram.
A caçamba do caminhão passa a gritar e as mãos lançadas nuvens enquanto o vento arreganha bocas e chacoalha catedrais em nossas costelas.
Savana La Mar possui água límpida e quase morna tocando a praia de pedrinhas coloridas. Uma ponta da praia é limitada por imensa rocha porosa migrante do ocre ao marrom escuro quando pousa na serena água doce do rio San Antônio.
O rio, antes do sal das correntes caribenhas, guarda pedras ovoladas nas funduras breves do caminho de serpente. Suas pedras abrigam o calor dos dias como se germinassem filhotes de dragão e ousassem tornar quentes os pés, água em degrade resfriando até o pescoço.
Cactos nos guarneciam do alto do rochedo enquanto um pelicano pescava o sol poente ladeado pelas chuvas ao sul da imensidão.
Desperto num corredor à porta do teatro apodrecido. Do colchonete donde deitei-me observo a hélice enferrujada que servira de exaustor à nave. No fundo do palco empoeirado, de madeiras úmidas, carcomido por mofo e bolores coloridos, descansa um afresco do ufanismo cubano em bandeira e flores tropicais. As cadeiras destroçadas da platéia memoram burburinhos de antes da guerra. Bloqueio econômico e fim do bloco socialista varrem Cuba pra misérias genocidas. Sete anos de fome. Sete anos da nova revolução, a revolução contra a falta.
A ilha já não esfaimada sobeja gentes e dignidades escassas pela ordem capital.
O teatro habitado por morcegos que durante a noite flanavam sobre minhas orelhas mostra-me o derretimento de uma promessa. Na sala contígua derretem quatro pianos, e por toda parte desfaz-se prédios em mofo, farelos e tétano. Pelas frestas de concreto chora nosso teatro o cinza das chuvas de inverno.

Luciano Carvalho
10 de fevereiro de 2015
San Antônio del Sur
Guantánamo
 Cuba



Carnaval, 2015 e nosso bloco "Unidos da Madrugada" saiu às ruas 
no dia 13 de fevereiro com o samba enredo de 2015 
"Dolores em lutas, em atos e em festas".
Veja o vídeo e outras informações aqui.

. . . . . . . . . . .

Ainda neste carnaval, no sábado, na Batucada do Povo Brasileiro, tivemos o cortejo do Cordão Carnavalesco Boca de Serebesqué lembrando que "Não tem água, não tem chuva, mas o bloco vai pra rua!!" (uma notícia por cá). E, no domingo, em Jandira, para finalizar lindamente as saudações carnavalescas ao ano de 2015, tivemos a Escola de Samba Unidos da Lona Preta do MST, reunindo as batucadas do povo brasileiro e comemorando seus 10 anos de história (assista o vídeo). 

. . . . . . . . . . .

No último sábado, mutirão no CDC movimentou paredes, armários, chão e telhado 
em nosso espaço auto-gerido e firmemente ocupado. Fotos e relato aqui.
. . . . . . . . . . .

Para mais informações sobre alguma atividade ou notícia desse informativo, 
acesse nosso blognossa página no facebook 
ou mande um e-mail para gente: doloresbocaaberta@gmail.com

. . . . . . . . . . .


CDC Vento Leste – Rua Frederico Brotero, 60 – Cidade Patriarca 

Acesse o blog do CDC Vento Leste:

Carnaval 2015

 

Nosso carnaval saiu às ruas nesse ano na 6ª feira 13 de fevereiro. Dia de sorte, mesmo com nuvem preta, alguma encrenca e dificuldades técnicas. Esse carnaval dá início oficial às comemorações de 15 anos do Dolores completados no 2º semestre deste ano.


O percurso partiu do Metrô Patriarca e seguiu pelas ruas do Jd. Triana até o CDC Vento Leste, com direito à paradas e breques em todos os pontos importantes do caminho. Das lajes e janelas, somos saudados em nosso festejo. Encontramos alguns mais animados que criam pequenas comissões de frente para nosso cortejo, de um churrasco um convidado acompanha o samba no cavaquinho, e no famigerado "escritório" recebemos saudações, palmas e danças desajeitadamente animadas.

Muitos se somam ao cortejo, fazendo chuvas de confete e dançando até nosso espaço onde brindamos e tocamos nosso Samba-enredo 2015 pela última vez... ao menos no dia de hoje.

Nosso Samba-Enredo:

DOLORES EM LUTAS, EM ATOS E EM FESTAS
Samba-enredo Unidos da Madrugada
Carnaval, 2015
Veio do morro vermelho
Mostrando logo a que veio
Na luta construindo seu enredo
Faz mutirão, batucada,
Ocupação na quebrada.
Vem sambar unidos da madrugada.
Nasceu no ano 2000
Menina lida com seu sonho juvenil
Fazer teatro na periferia
É do povo, quem diria
Depois do trampo transformando o dia a dia
Mas sabe que sozinha não dá mão
Fez poesia de dentro da lotação
Dançou na sombra de um incêndio, "arreuniu"
Na militância o horizonte se abriu
A vida não finda, bailarina
Eu bebo eu fumo
Eu como com farinha
Eu não me envergo
Eu não me quebro
Eu perco folhas
Sou osso duro de roer
A vida não finda, bailarina
Eu bebo eu fumo
Eu como com farinha
Meu pixaim não tem medo de canibal
15 anos nesse Carnaval!
Um diamante que não quer se lapidar
Nem o petróleo a fez um dia se curvar
Mulher e mãe botou a vida para cirandar
Comer, dormir, trepar.

E para finalizar, com gostinho e sonzinho de "quero mais", nosso vídeo síntese carnavalesca.

Mutirão no CDC Vento Leste

Sábado, 28 de fevereiro de 2015.

Cedo, cedinho. Sol, solzinho que logo vira chuva, chuvinha!

Dia de mutirão no CDC. Muita arrumação, limpeza, mas também cimento e azulejo fazem parte do cenário movimentado: cerca de 30 integrantes dos coletivos que gerem o espaço se encontram enfiados em tarefas importantes para melhoria e manutenção. Além de um esforço maior para diminuir os objetos não identificados que se acumulam no espaço...

Ainda tem muito a fazer... sempre teremos. O teatro mutirão se estende constantemente ao mutirão mutirão. Espaço público, coordenado e mantido coletivamente, para a realização dos trabalhos dos grupos na sua relação com a comunidade.

Foi bonito, olhaí!

Próxima reunião no sábado dia 14 de março para novo mutirão, para nova reunião, pra novo mutirão...