“De pé em pé, de mão em mão Chama a galera pra fazer um mutirão...”
Mais
uma vez o Dolores saiu às ruas com seu bloco “Unidos da Madrugada”. Resultado
das oficinas de percussão, ministradas pelo camarada Jonhy Guima, da banda Nhocuné
Soul, o grupo se juntou a outros blocos como o “Boca de Serebesque”, do
coletivo de cultura de Guaianazes, e a Escola de Samba “Unidos da Lona Preta”,
do MST-Regional Grande SP, para manifestar, brincar e festejar no carnaval.
Durante
o tempo das oficinas o que se viu foi uma junção de vários coletivos e pessoas,
que se aproveitaram da oportunidade para afinar suas baterias. Os instrumentos
do carnaval deram a tônica das mesmas. Surdos, caixas, repiliques, tamborins,
ganzás foram, durante quase dois meses, nossos companheiros de terças-feiras.
Em média 30 pessoas frequentavam a oficina, além daquelas que apareciam
eventualmente, para reforçar o som.
Juntos,
sob a batuta do mestre Jonhy não só afinamos os tambores, como também
compusemos o samba-enredo do bloco doloriano, que lembrou e reforçou as ações
presentes no fazer artístico do grupo.
A
partir da junção destes coletivos, há dois anos realizamos o que chamamos de
Carnaval Contra Hegemônico, que tem a pretensão de pensar o carnaval fora das
estruturas dominantes às quais os grandes carnavais (feitos para turista ver e
comprar) estão submetidos. Queremos realizar o festejo de rua, como em tempos
em que a brincadeira era livre e a alegria não tinha custo nem disputa.
Domingo,
dia 19 de fevereiro, inúmeros foliões aportam no CDM e sobem a ladeira rumo à
folia coletiva. Já somos em torno de 200 quando as ruas começam a ser tomadas e
se colorem de vermelho, amarelo e laranja. São pessoas de vários cantos da
cidade querendo festejar. Das casas da vizinhança vemos crianças e velhos
sorrindo e aqueles que se tomam de alguma coragem, seguem também. São estes
sorrisos, de quem talvez não tivesse nenhum contato a não ser televisivo, que
nos mostram que estamos no caminho certo e nos fazem acreditar na continuidade.
Por
isso, findado este momento, voltaremos às oficinas de percussão, desta vez
pensando no aprimoramento para enriquecer e expandir o repertório cênico/musical
e instrumental do grupo. Outros instrumentos se somarão, como o cajon, o
atabaque, o pandeiro... Vamos continuar criando samba, para daqui uns meses
fazermos também rodas de samba.
As
oficinas continuam abertas, para quem queira estar junto. Acontecem às
terças-feiras, às 19h. Estejam sempre convidad@s!!
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