sexta-feira, 2 de março de 2012

E botamos o bloco na rua...




“De pé em pé, de mão em mão  Chama a galera pra fazer um mutirão...”

Mais uma vez o Dolores saiu às ruas com seu bloco “Unidos da Madrugada”. Resultado das oficinas de percussão, ministradas pelo camarada Jonhy Guima, da banda Nhocuné Soul, o grupo se juntou a outros blocos como o “Boca de Serebesque”, do coletivo de cultura de Guaianazes, e a Escola de Samba “Unidos da Lona Preta”, do MST-Regional Grande SP, para manifestar, brincar e festejar no carnaval.

Durante o tempo das oficinas o que se viu foi uma junção de vários coletivos e pessoas, que se aproveitaram da oportunidade para afinar suas baterias. Os instrumentos do carnaval deram a tônica das mesmas. Surdos, caixas, repiliques, tamborins, ganzás foram, durante quase dois meses, nossos companheiros de terças-feiras. Em média 30 pessoas frequentavam a oficina, além daquelas que apareciam eventualmente, para reforçar o som.

Juntos, sob a batuta do mestre Jonhy não só afinamos os tambores, como também compusemos o samba-enredo do bloco doloriano, que lembrou e reforçou as ações presentes no fazer artístico do grupo.

A partir da junção destes coletivos, há dois anos realizamos o que chamamos de Carnaval Contra Hegemônico, que tem a pretensão de pensar o carnaval fora das estruturas dominantes às quais os grandes carnavais (feitos para turista ver e comprar) estão submetidos. Queremos realizar o festejo de rua, como em tempos em que a brincadeira era livre e a alegria não tinha custo nem disputa.

Domingo, dia 19 de fevereiro, inúmeros foliões aportam no CDM e sobem a ladeira rumo à folia coletiva. Já somos em torno de 200 quando as ruas começam a ser tomadas e se colorem de vermelho, amarelo e laranja. São pessoas de vários cantos da cidade querendo festejar. Das casas da vizinhança vemos crianças e velhos sorrindo e aqueles que se tomam de alguma coragem, seguem também. São estes sorrisos, de quem talvez não tivesse nenhum contato a não ser televisivo, que nos mostram que estamos no caminho certo e nos fazem acreditar na continuidade.

Por isso, findado este momento, voltaremos às oficinas de percussão, desta vez pensando no aprimoramento para enriquecer e expandir o repertório cênico/musical e instrumental do grupo. Outros instrumentos se somarão, como o cajon, o atabaque, o pandeiro... Vamos continuar criando samba, para daqui uns meses fazermos também rodas de samba.

As oficinas continuam abertas, para quem queira estar junto. Acontecem às terças-feiras, às 19h. Estejam sempre convidad@s!!







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